Perdulários e irresponsáveis é o que poderemos chamar aos autarcas que nos últimos anos tem gerido e continuam a gerir o concelho de Alcobaça e cujas decisões são quase criminosas por lesarem gravemente os cofres do município, e o dinheiro dos impostos de todos nós, esbanjado em negociatas.
A Câmara de Alcobaça deve actualmente 3,079 milhões de euros à empresa “Águas do Oeste” pelo tratamento dos efluentes domésticos das ETAR’s (Estações de Tratamento de Águas Residuais). As dívidas acumulam-se desde 2007 até atingirem esta soma astronómica que terá que ser paga a partir de Janeiro de 2011 em 30 prestações mensais acrescidas de juros à taxa de 4,031%. Este dinheiro faz muita falta para investir em obras e projectos de desenvolvimento de que o conselho muito precisa.
É grave este acumular de dívidas, revelando que uma entidade pública é um mau pagador e não honra de forma séria os seus compromissos, pior é que a Câmara está a pagar valores que não deve ou não deveria dever. Chegou-se a esta situação porque a Câmara não está só a pagar o tratamento dos esgotos domésticos como devia, mas está a pagar também o tratamento da água das chuvas e que não precisam de tratamento. Desta forma a Câmara de Alcobaça está a encher os cofres desta empresa e os bolsos dos gestores principescamente remunerados que a gerem fora do controlo democrático do poder público.
É grave que um órgão de poder local, como a Câmara, não seja capaz de assumir aquelas que são as suas funções e competências e as tenha que entregar a entidades empresariais externas, cujo fim é seguramente o lucro. Além disso, estão fora do controlo democrático, pois os seus gestores não são eleitos pelos cidadãos. Mas além de não saber exercer as suas funções a Câmara não é capaz de manter controlo sobre este negócio e chega a situações ruinosas como esta.
Os negócios ruinosos da Câmara de Alcobaça com as “Águas do Oeste”, não se ficam por aqui. A Câmara está a pagar àquela empresa água de que não precisa para abastecer a rede pública. Em números redondos a Câmara paga o dobro da água que poderia precisar. É grave é ruinoso.
Que futuro para o nosso concelho?
Mais do que servir para criticar os políticos que gerem o município devemos interrogar-nos sobre a valia deste poder local incapaz e incompetente para assumir as suas funções. O modelo de poder local actual está esgotado e falido.
Que órgãos de fiscalização são necessários e não existem.
Vamos continuar com este poder local que foi um dos culpados pela ruína a que o país chegou ou somos capazes de iniciar um debate para construir um novo poder local?
2 comentários:
o que não dizes é que houve 1 resistente na câmara e 3 na AM, todos da CDU, que alertaram atempadamente, que votaram contra, quando o PSD + PS estiveram a aprovar este compromisso ruinoso...
Caro Rogério
Neste texto, não tive a pretensão de reconhecer, ocultar ou criticar a acção de quaisquer pessoa, tive apenas a pretensão de deixar esta minha reflexão em voz alta sobre o assunto.
Obviamente reconheço e valorizo a tua posição sobre este mesmo assunto. E seguramente sabes que essa tua forma de estares e de divulgares os podres da gestão municipal é apreciada por muita gentes, sejam dos que votam em ti e também de muitos que nem votam em ti. De facto és um resistente nessa postura, não apenas de votar contra e de denunciares estas jogadas, mas sobretudo és um resistente no jogo da transparência a bem da democracia real. Esse é quanto a mim o teu maior valor.
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