“EU SOU A VERDADE” tudo o que está para além do que eu penso é erro e mentira é a síntese que se pode fazer das “Alegações Necessárias”, do Dr Gonçalves Sapinho, ex-presidente da Câmara de Alcobaça, publicadas no jornal “O Alcoa”, de 18 de Novembro de 2010. O iluminado senhor, depois de ter saído da cena política local e de ter garantido que iria manter alguma distância face à gestão política dos negócios municipais “cedeu” a “pressões sérias de amigos sérios” e veio a público numa bem planeada operação de marketing político, patrocinada pelo “Alcoa”, apresentar alegações em sua defesa quando, por todo o lado, se diz que levou a Câmara de Alcobaça à rotura financeira.
É certo que muito se fala na ruinosa situação financeira da Câmara, mas muito está por esclarecer. A transparência não abunda no poder local e, neste caso, o senhor ex-presidente teve ainda a sorte de lhe suceder no cargo um companheiro que bem se encarrega de lhe branquear o passado ofuscando tanto quanto pode a verdade. Curvado face à eminência, o actual presidente da Câmara, vai deambulando entre uns laivos de defesa apontando erros do passado e a necessidade de se subjugar perante o “padrinho” que não pode afrontar. A par disso, falta investigação jornalística e os órgãos de comunicação mais não fazem do que atirar poeira ao ar.
Apesar do ambiente lhe ser favorável, nas alegações necessárias, Gonçalves Sapinho, não se limita a dar a sua opinião legítima, antes sobe ao pedestal e dispara acusações em todas as direcções apontando “o envenenamento da política local, das inverdades propaladas e das asneiras repetidas até à exaustão, por actores políticos (CDS, PS e PCP), alguma comunicação social, entrevistadores e opinadores”. Todos estão errados ou seja o Dr Gonçalves Sapinho é o único detentor da verdade ou melhor ele é a verdade. Faz-me lembrar aquele condutor embriagado que circulava numa auto-estrada em contramão e ouvia na rádio a noticia alertando para o perigo de uma viatura a circular em contramão e ele dizia para si mesmo “uma viatura em contramão não, vão todos em contramão”.
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