quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cumulo do ridículo – ensaio sobre a estupidez

O cúmulo do ridículo ou ensaio sobre a estupidez é o mínimo que se pode chamar a pseudo informação colocada pela Câmara de Alcobaça na página de informação alusiva à mostra dos doces conventuais.
É obvio que a Mostra dos Doces Conventuais é uma das iniciativas concretizadas com sucesso em Alcobaça, cujo mérito ninguém retira ao PSD. É discutível se aquilo é de facto uma mostra de doçaria conventual, mas ninguém duvida que como mostra de doçaria é muito interessante e tem cativado muitos milhares de pessoas todos os anos. Para isso contribuiu o mote do – comes e bebes -, e doces são sempre coisas muito boas, o que aliado ao magnifico cenário fazem do evento um sucesso. Creio que não é menos verdade que o evento começa a precisar de uma renovação do seu figurino que já cansa pela falta de inovação. Um dos problemas de quem quer visitar a Mostra de Doces Conventuais de Alcobaça é que se arrisca a visitar uma multidão, e só por sorte vai conseguindo, aqui e ali dar uma espreitade-la às convidativas iguarias. Ninguém dúvida do sucesso da Mostra. Mas a Câmara, por insegurança ou complexo parece não perceber o sucesso e agarra-se a imaginações e delírios fantasiosos.
Pois é inconcebível é que para exaltar o seu feito, a Câmara, tenha recorrido a uma hipotética estatística para saber se onde são oriundos os visitantes do certame. E pasme-se que andaram (supostamente) a perguntar os códigos postais às pessoas para saber de onde vieram. Pessoalmente passei pelo certame e curiosamente ninguém me perguntou o código postal. Devem ter feito mal o trabalho e agora inventaram esta patranha para nos comer por tolos. Pior é que tenham indicado que alguns vieram da África do Sul; Alemanha; Bélgica; Canada; Espanha; Finlândia; Holanda; Inglaterra; França; Itália; Brasil; Estado Unidos da América; China; Israel; Ucrânia; Venezuela, entre outros. Isto só pode ser fruto de ignorância ou estupidez.
Ninguém veio de propósito dos Estados Unidos ou da China para ver a mostra de doces de Alcobaça. Mas, estando em Alcobaça aproveitaram a oportunidade e o evento. Obviamente alguns visitantes da mostra são turistas, que estavam de passagem e aproveitaram para ver a mostra que por acaso também decorre no interior do mosteiro. Mas, também percebemos que a Câmara não se preocupou muito com a proveniência ou origem dos visitantes … mas com os seus destinos, pode ler-se “entre algumas consultas foram registadas os seguintes destinos” … talvez para os mandar para outra parte...

domingo, 7 de novembro de 2010

Orçamento de Estado deixou novas eleições à vista

Novas eleições legislativas deverão realizar-se em Portugal, até meados do próximo ano de 2011. Esta é a leitura que se pode fazer nas entrelinhas do debate do Orçamento de Estado, que não gerou o necessário clima de confiança de que o país tanto precisa, mas abriu caminho para novas eleições. Ou seja, os partidos estão com os olhos postos no seu próprio futuro próximo e não nos interesses de Portugal.
Como por força das pressões não foi possível ao PSD provocar agora as eleições, aproveitou o debate do Orçamento para se colocar na recta de partida para as próximas legislativas, que se deverão seguir às presidenciais. Não se percebeu para que serviram tantas negociações quando o PSD apenas se iria abster. Mas Passos Coelho jogou uma jogada de mestre. Criticou duramente o Orçamento argumentando que era muito mau para o futuro dos países mas generosamente permitiu a sua aprovação abstendo-se, lavou as mãos tal como Pilatos. Se o documento era tão mau e se existia alguma alternativa porque permitiu que o país seja penalizado por este Orçamento de Estado? Para que serviram as negociações que puseram o país à beira de um ataque de nervos?
É obvio que ele sabia que o Governo não tem grande margem para negociar! Sabe que os tempos actuais são difíceis e que não há respostas fáceis. Sabe que estamos de tanga num Inverno e é preciso apertar o cinto. Sabe que o orçamento é recessivo e que o governo vai ter que fazer muitos cortes e que vão surgir protestos de todo o lado. Sabe que em casa que não há pão todos ralham sem ninguém ter razão. Cria assim uma imagem favorável a seu respeito, cresce na opinião pública como as sondagens vão demonstrado e vai grelhando o governo em lume brando. É assim que se vai construindo caminho para uma nova maioria.
Todos os governos aumentaram as despesas, mas, foi com as maiorias que mais aumentaram as despesas públicas, pois era preciso alegrar a populaça. Temos vivido acima das possibilidades e chegámos à situação em que estamos, que não é só culpa dos mercados internacionais, mas da gestão dos políticos que todos escolhemos para nos governarem. Ou seja é culpa dos políticos e é também culpa nossa pois permitimos a sua eleição. Deixamo-nos enganar por uns, vamos a seguir deixar-nos enganar por outros.